domingo, 26 de maio de 2013

Sobre família (parentes,agregados e afins)


Diante a uma definição crua, família é o grupo de indivíduos do mesmo sangue, ou seres/coisas que apresentem características comuns. Mas honestamente, família é mais que características, mais do que genética, mais do que grupos com uma raíz comum.
Família é não aceitar atitudes ou escolhas, é apoiar ou apontar. Família é fazer por todos, abrir mão da individualidade, é não desejar algo (ou desejar um monte de coisas)...
Se me pedissem pra reunir em uma só palavra o que família representa a mim eu responderia “caos” sem hesitação.Porque a minha é assim! É sorrir agora e chorar em menos de 15 minutos; é brigar por nada, apontar defeitos e raramente soltar elogios.
Família é briga, definitivamente. Mas é a nossa briga,particular.
E como se comportar diante a alguém que de repente, do nada, se torna “família”?!
Alguém que não conhece seu jeito, que não sabe suas manias. Alguém que não vai saber diferenciar seu tom irônico do cotidiano, alguém que não tem a mínima ideia da sua comida preferida. Alguém que nem mesmo você sabe quem é. Que não cresceu contigo.Alguém que não sabe da desordem, das desavenças,dos motivos de raiva.
Como compor a família? Aumenta-la, acrescenta-la? Se no fundo,nunca será verdadeiramente família...

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Soneto de Separação


De repente do riso fez-se o pranto 
Silencioso e branco como a bruma 
E das bocas unidas fez-se a espuma 
E das mãos espalmadas fez-se o espanto. 

De repente da calma fez-se o vento 
Que dos olhos desfez a última chama 
E da paixão fez-se o pressentimento 
E do momento imóvel fez-se o drama. 

De repente, não mais que de repente 
Fez-se de triste o que se fez amante 
E de sozinho o que se fez contente. 

Fez-se do amigo próximo o distante 
Fez-se da vida uma aventura errante 
De repente, não mais que de repente.

(Vinícius de Moraes)


O tempo passa, o cotidiano muda, a vida continua, mas algumas pessoas por mais que não estejam presentes, nunca vão embora...