segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Timidez

Que tantas vezes me atrapalha me priva e me enlouquece, que me impossibilita chegar perto de alguém.
Timidez quando você passa.
Que tranca a minha voz, que tira minha respiração.
Difícil.
É difícil ta perto sem tremer. É difícil dizer tudo aquilo que tenho aqui guardado pra dizer.
Maldita timidez!
Que tira de mim toda coragem, que me deixa sem qualquer reação, qualquer assunto, qualquer conclusão.
Timidez: é essa palavra que me mata.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Sabe que o meu gostar foi um quase amor.
Uma tentativa desesperada de encontrar em alguém aquilo que já não existia em mim. A imensa mania de me entregar sem razão, sem conceito.
Sabe, o meu gostar de você foi quase uma bela paixão.
Que queimava por completo com um pensamento suspeito, que brincava com as palavras em segredo e fazia se passar sem perceber quando estavas por perto.
Sabe, a minha necessidade quase foi você.
Que tinha a impressão de saber meus desejos, a mania de traduzir gestos e a timidez exata que me completava.
Sabe, por um instante, breve, pequeno instante, era você.
Mas meus dias passaram, as noites de sonho acabaram e ainda, de vez em quando, me bate a dor.



quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Mas uma noite soturna.
O frio atravessa a janela do meu quarto e se estaciona aqui, bem perto do meu coração.
Gelo.
E de repente uma onda quente de lembranças vem em minha companhia. Lembranças de noites ferventes, noites gloriosas.
Noites que você estava aqui, com seu corpo gelado junto ao meu, seu hálito fresco em meu pescoço e suas mãos tremulas contornando cada parte de mim. Momentos em que sua voz era sussurro em meus ouvidos,seu beijo era fruto proibido do qual a minha boca não cansava de provar.
Momentos puros de amor.
Um amor misturado a desejo, um traço de romance e prazer;
Mas você se foi.
Como o dia que amanhece, o céu que clareia e os pássaros que migram.
Você me deixou, sem compaixão.
Como se tudo aquilo dito e vivido nos emaranhados da noite tivessem desaparecido juntamente com as fantasias do verão.
O outono se foi, minha porta o inverno abriu.
E nessa cama que você perpetuou segredos, ninguém nunca mais se deitou.