quinta-feira, 23 de abril de 2009

Tão só.

Passeei pela praia a tarde inteira, vi o sol se por. Rocei meus pés na areia, molhei minhas mãos e sentei me junto àquela imensidão.
Apreciei os pássaros que voavam, as gaivotas que mergulhavam, pescadores que chegavam e voltavam para o mar, numa alegria sem fim.
Observei crianças que corriam, os pais que conversavam e jovens que namoravam ao embalo de um som que agradava a todos.
O momento era propício, à tarde, perfeita. Todos eram personagens de uma única historia: A minha.
E então, senti-me nostálgica. Com os olhos fixos e as pernas tremula, meu coração acelerou.
Vi-me diante de um filme, que passava em minha mente em uma seqüência que me causava arrepios.
Lembro-me que naquele instante, um certo sujeito perguntou-me se estava tudo bem e logo em seguida se foi.
E então, meu corpo foi ocupado por aquela sensação que não me agradava, porém não me incomodava. Em apenas dois ou três minutos eu já estava em nirvana, completamente tomada pelas horas perdidas e pelos sentimentos passados.
Não sei ao certo quanto tempo fiquei ali, só sei que quando me dei por mim já tinha escurecido.Levantei e fui andando; na verdade estava sem rumo, sem direção. As imagens não saíam da minha cabeça e sem que eu percebesse uma lágrima escorreu pelo meu rosto.
Não sei se era de arrependimento, ou quem sabe de desconforto. Centenas de lembranças me invadiram, seguidas de perguntas para qual não havia respostas.
Continuei caminhando, as risadas que vinham das rodinhas de amigos, sentados nos bares, bebendo e jogando conversas fora não me importunavam. Eu estava dentro de mim, sentia-me mergulhada num mar de emoções onde só me aprofundava mais e mais.
E outras lágrimas caíram, a sensação de desespero me desnorteou, encostei em um poste, a claridade me incomodava e então me deparei de volta ao mundo real. Aquela magia que mexia comigo se foi, mas deixou as conseqüências.
E pela primeira vez, depois de tanto tempo, sussurrei seu nome.Com os olhos fechados, coração na mão. Distraída, meus lábios sorriram e minha mente novamente entrava naquele mundo desconhecido. E as cenas não paravam de se repetir, sua voz me chamava, parecia acontecer. E da mesma forma que vinham de repente, iam embora do nada.
Cheguei em casa, deitei na cama,liguei o radio que, por coincidência,estava tocando a nossa música.Olhei para o telefone,minha vontade era de voltar atrás de tudo.Eu queria você do meu lado,não importa como,apenas queria.
Não entendia o que acontecia comigo, eu já tinha superado, já tinha me conformado. Mas parecia que meus dias tinham voltado ao momento em que você partiu e me deixou aqui sozinha, sem nenhuma explicação.
Passei a madrugada inteira aos prantos, debruçada à saudade. Ao amanhecer, adormeci desolada.
Meus pensamentos estavam sem rumo, meus desejos se escondendo. Quando me lembrava do tempo que passamos juntos, sentia-me infeliz.
Toda forma de amor me trazia melancolia, toda alegria que existia ao redor me deixavam com ojeriza.
Então os dias se passaram, meu coração à espera de tudo voltar ao normal. Minha mente sossegando aos poucos, como uma criança que soluça após um tombo.
E assim são meus dias, fracos, mórbidos e sortis.
Às vezes centralizados na solidão, outras vezes na mudança do destino.

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