domingo, 2 de maio de 2010

Dois


Eu o amo, apenas sozinha.
Porque aquele gosto doce da tua boca ficou em meus lábios. Aquele toque arrepiante ainda dá choque em minha pele e aquela voz, ora tão seria, ora tão audaciosa, ainda perpetua meus ouvidos.
Eu o amo, e mais, desejo.
Porque aquele olhar tão significativo do qual eu sabia exatamente o que queria dizer, ainda ronda a minha memória. Aquele cheiro tão provocativo ainda tira meu sono e as palavras me enlouquecem.
Eu te espero, perdida.
Pela forma com que teus dedos traçavam meu corpo, pelo suor da tua pele junto a minha e pela tua respiração ofegante em meu pescoço.
Eu te quero, na minha.
Sem mais demoras e sem sufoco, sem reclamações e ironias, sem gestos e palavras mal ditas.
Nós dois, um só.
Nas encostas da noite, vivendo um amor com sabor de proibido perdido nos encontros e desencontros da vida com um coração que bate acelerado diante de cada suspiro seu.
Mas é só sonho, delírio.
A cada momento que passa me acostumo com a certeza de que você já não mais esta aqui.
E assim eu sigo a minha vida: com as lembranças inesquecíveis de um toque e um beijo sem igual; sombra do passado, futuro incerto.
Eu ainda o amo, mas, apenas sozinha.



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