sexta-feira, 29 de janeiro de 2010


São só pensamentos. Pensamentos perdidos e embriagados pela noite, pelo brilho da lua e por tudo aquilo que nunca foi dito.
São só sensações. Sensações desnorteadas de desespero, solidão, angústia e no fim, paz.
Silêncio e tranqüilidade, enfim posso me ouvir claramente, mas não posso me decifrar.
As vozes vêm e vão, ora perdidas ora encantadas.
Noite a fora avança, já é quase amanhecer e um pequeno barulho vem em meu despertar delirante.
Mais alguns minutos, eu me dou.
Sou mais do que gestos, planos e feitos. Sou um questionário de devaneios que ganha vida em uma noite de lua cheia e liberdade nas linhas de um antigo caderno com garranchos e rasuras.
Eu sou o gosto, o molhar da chuva, a maresia, a poesia já esquecida. Eu sou a noite solitária, o gato que mia no telhado, a brisa que bate e trás vigor.
Eu sou o simples, o complicado, o agradável, o imaginável. Sou a força, a fraqueza, o sorriso, a tristeza e mil e umas coisas das quais quero ser.
Eu sou aquilo que você vê que você sente aquilo que não dirias ser.
Eu sou a própria, a única, a inexistente.
Talvez seja assim: de tanto ser e a tantas almas pertencer, nunca descobrirei realmente quem sou eu de verdade.

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